Có.p.ia – Coletivo de Pesquisa e Investigação Avançada em Teatro
“Seria necessário voltar a repicar esses discos, como
outros, para poder avaliar bem coisas que talvez nos esclarecessem… para abrir
novos caminhos.”
Palavras de Carlos Paredes mixadas por Sam the Kid no
álbum Movimentos Perpétuos/2003.
1.
DESCRIÇÃO
A Casa da Esquina – Associação
Cultural pretende com o projeto Có.p.ia
trabalhar como uma Ensemble de Teatro e renovar e explorar os processos desta fragilizada
instituição de teatro.
Có.p.ia é um compósito de vários profissionais de teatro
(cenógrafos, dramaturgos, encenadores, atores, músicos, etc.), nacionais e
internacionais que desejam partilhar uma prática e linguagem comum através de métodos de
criação colaborativa no seio de um coletivo com um projeto artístico.
Queremos testar e confrontar as
contradições de um Ensemble de maneira a que seja possível existir espaço individual
para propor, investigar e partilhar propostas de criação cénica bem como
atender aos desejos de cada um numa estrutura de Teatro.
Este Ensemble irá trabalhar
inicialmente em residências artísticas (explorando procedimentos para o
trabalho de um projeto anual) e caminhando para uma prática diária de trabalho.
Este
projeto nasce da vontade de um grupo de criadores em criar um espaço e tempo
onde se possam cruzar diferentes métodos de trabalho teatral de forma a
dialogarem e articularem com a criação contemporânea e lutar contra a extinção
dos núcleos e redutos formados pelas companhias de Teatro.
O projeto artístico tem um
horizonte de 8 anos, sendo que no primeiro quadriénio (2017-2020) vai explorar o
Artista enquanto trabalhador (Pierre-Michel Menger e Bojana Kunst) e
investigando processos de trabalho e com isto colocar questões sobre o Teatro e
a criação contemporânea. Poderão surgir outros projetos satélites que gravitam
em torno do eixo central de pesquisa.
2. CALENDÁRIO
2017 O MEU PAÍS É O QUE O MAR NÃO QUER # EXÍLIO
Neste projeto documental
pretende-se investigar os anos de exílio. Os dos alemães nos anos 30/50
(Piscator/Brecht), os nossos portugueses nos anos 60/70 e dos novos exilados a
chegar à Europa. Existe uma dramaturgia do exílio? O que pode a Arte neste
mundo?
Calendário: Estreia e circulação
no festival Outras vozes outras gentes
da COOP Hermes a 13 Maio (Arganil), 20 de Maio (Mirando do Corvo) e 10 de
Junho (Tábua).
Co-produção TAGV com espetáculo a 25
de Maio TAGV inserido no plano de apoio tripartido da DArtes/MC da Casa da
Esquina 2017.
2018 EU
USO TERMOTEBE E O MEU PAI TAMBÉM.
Um espetáculo documental
sobre a indústria têxtil. Queremos investigar a mecanização industrial e
sua influência nas veias e pensamento de gerações de operários e patrões.
Procurar ao longo de vários gerações essas mutações. Procurar as relações
entre genealogia da indústria têxtil até industria criativa. Como o boom da criatividade é moldada por
questões especulativas do capital. (Do
operário ao artista de Mariana Rei e Ao
cair do pano org. de Vírgilio Borges Pereira)
Calendário: 1º trimestre de 2018
2018 O ANO DE RICARDO de Angélica Liddell
Um espetáculo
onde o mecanismo de terror de Ricardo III
passa do pano de fundo do teatro para um cara-a-cara com o público num
acerto de contas com o mundo real. O despojamento ideológico em nome do Poder é
uma ideologia? (Donald Trump e a série
House of Cards).
Calendário: 4º trimestre de 2018
2019 OS CAVALOS TAMBÉM SE ABATEM de Horace Mc.Coy
Uma adaptação do livro que
originou o filme de Sidney Pollack THEY SHOT HORSES DON`T THEY. Nos anos da
depressão americana as maratonas de dança são a solução para alguns deseperados
tentarem ganhar algum dinheiro para sobreviver. Estes espetáculos duram dias a
fio e a exploração da natureza humana é transmitida na televisão. Só um par pode
chegar ao fim.
Calendário: 2º trimestre de 2019
2020 A GENTE NUNCA VAI PASSAR DA CEPA TORTA
É um espetáculo sobre a arte de
ser criador em Portugal, sobre os que ficaram de fora dos apoios, sobre os que
têm projetos na gaveta, sobre a arte de criar um projeto ou não. Convidamos
criadores de várias gerações para que encontros, conversas documentar o
potencial do fazer artístico português. A arte como espaço de utopia e
resistência aos constrangimentos financeiros.
Calendário: 1º trimestre de 2020