sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

A cópia e o roubo

«Os bons artistas copiam, os grandes artistas roubam.» Pablo Picasso

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Copiar e remisturar

F FOR FAKE


A ideia inicial do projecto deu-se com a minha ida ao Next Stage 2011 no Dublin Theatre Festival, onde uma série de criadores se reuniu para acompanhar os espectáculos do festival  e participar em workshops e masterclasses com vários criadores contemporâneos (Gobsquad, She She Pop, Ivo Van Hovë, Emma Rice, Ruth Litle, etc.). Ficou a vontade de criar um espaço de partilha de diferentes métodos com criadores nacionais e internacionais. Participei também com o grupo ReadyMade coordenado pela Joana Pupo que nos trouxe métodos de treino experimentados pela Siti Company, em 2011 e mais tarde uma das suas praticantes, Kelly Mauer, e que bem que soube!

Para demonstrar a originalidade desta ideia copiada, auto-plagio-me de um  rascunho de um trabalho realizado algures para a cadeira de Linguagem de encenação na ESTC: Se vulgarmente define-se a Cópia como o acto de reproduzir através de um original. Em oposição à cópia temos o “Original (lat. originalis) que existe desde a origem, primitivo derivado de oniri, nascer” (Morfaux, L 2009: 457). O “oposto de cópia, reprodução, aplica-se quer ao autor quer ao tipo primeiro que serve de modelo às cópias; ex: documentos originais;” (Morfaux, L 2009: 457).

Walter Benjamin sobre esta ideia de reprodutibilidade esclarece que por vários motivos da reprodutibilidade da obra de arte, tais como os: “alunos para praticarem a arte, por mestre para divulgação das obras e, finalmente, por terceiros ávidos de lucro” (Benjamin 1992: 75) levou a que a obra de arte perde-se a sua Aura, a sua autenticidade, isto “Porque a aura está ligada ao aqui e agora. Dela não existe cópia”  (Benjamin 1992: 92).

No filme “F for Fake” de Orson Welles, é colocada a questão: poderá a cópia ser melhor que o original?  Ou seja, na arte que valor tem a cópia e o original. Benjamin esclarece que se a reprodução manual que, em regra geral, é considerada uma falsificação, isto não sucede relativamente à reprodução técnica” (Benjamin 1992: 78), como é o caso da Fotografia. Que pode mesmo “colocar o original em situações que nem o próprio consegue atingir” (Benjamin 1992: 78). E no Teatro? E neste Colectivo? Copiamos ou pesquisamos?

F for FAKE
 http://vimeo.com/46702565